quarta-feira, 3 de abril de 2013

Trekking Pedra da Tartaruga (Quase Quiriri)

Como este ano o número de feriados que caem em dias de semana estão bem escassos, não podemos desperdiçar nenhum deles!!!
E para aproveitar o feriado de páscoa, abraçamos a ideia do Vinícius de fazer a travessia do Quiriri, um trekking que se inicia em Garuva na altitude 20m acima do nível do mar e sobe a mais 1500m, cruzando o Pico Garuva, Pedra da Tartaruga, Morro da Antena, Monte Crista e termina próximo de Joinville. A rota toda totalizaria aproximadamente 30km e teríamos 3 dias para a aventura.
Partimos as 5 da matina de Curitiba, Vinícius, João, Jeh e eu, e próximo das 7 estávamos em Garuva. Sabíamos que a trilha se iniciava antes do pedágio de Garuva, numa fabrica de queijos bem na divisa de estados, mas acabamos passando da fábrica e tivemos que paga o pedágio 2 vezes. Depois pedimos para deixar o carro na fábrica e nos disseram que era mais seguro deixar no posto de gasolina uns 200m pra trás. Como não tinha retorno por ali, lá fomo nós passar o pedágio mais 2 vezes!!! Ainda bem que era baratinho...


Descarregamos as mochilas com equipamento pra 3 dias de trilha, um peso danado nas costas!!! E lá fomos nós pela estradinha que leva até o início da trilha!!!
No início tudo correu muito bem, logo na estrada as subidas não muito íngremes. Entramos e atravessamos uma fazenda com mato até os joelhos em mais subidas até que por fim adentramos na densa mata Atlântica rumo ao cume do Quiriri!!!

Uns poucos metros de mais subidas não muito íngreme e já encontramos nosso primeiro ponto do GPS, um rio!!! O Vinícius levou um GPS, que no início nos salvou algumas vezes, mas que no fim, foi fruto de algumas mancadas e muitas risadas. Ali era local pra enchermos as garrafas de água pois não sabíamos se existiria água até a Pedra da Tartaruga, onde seria nosso primeiro acampamento já a mais de 1.100m de altitude.






Passado o rio a mata se fechou de vez!!! Há muito tempo alguém não passava por ali e o resultado foi que a mata havia se fechado e a trilha não estava batida. Demos a mancada de não levar nenhum facão para abrir caminho e tínhamos que abrir tudo no peito e no braço!!! O resultado foram muitos cortes e arranhões.
Sempre fizemos trilhas, mas como Pico Paraná, Marumbi, etc, todas tem a trilha aberta, batida e bem visível. Esta era a primeira vez que fazíamos uma trilha de verdade!!!

Durante a caminhada perdemos a trilha por várias vezes e íamos abrindo caminho pela mata seguindo aproximadamente a linha fornecida pelo GPS do Vinícius. Dado momento ele aumentou a escala na tela do GPS para ver quanto faltava para o acampamento e esqueceu de diminuir a escala novamente na tela. Continuamos andando próximo da linha do GPS mas como a escala estava errada, quando ele se deu conta estávamos muito longe da trilha e não conseguíamos ir em direção a linha. Teríamos que descer boa parte pra voltar pro rumo certo. Perdemos mais de uma hora e meia nessa brincadeira.Este foi o primeiro motivo das muitas risadas sobre o Vinicius e seu GPS.
Caminhamos mais algum tempo na mata fechada e no meio da tarde chegamos a uma clareira (a primeira depois de muitas e muitas horas caminhando). Quando fomos apreciar a vista, a unica coisa que víamos era um tempo feio, fechado e com aquela cara de que iria começar a chover a qualquer momento.



Não perdemos muito tempo ali e partimos logo para chegar ao cume para armar acampamento antes da chuva. Porém, nossa estratégia não deu certo, pois em pouco tempo começou a chover e caminhamos ainda por mais de 3 horas debaixo de chuva!!! A trilha que já era íngreme e difícil  agora molhada e pesada ficara ainda pior. Os tombos eram inevitáveis. O João perdeu as contas de quantos tombos levou!!!
Próximo ao acampamento a exaustão era nítida no pessoal e quando a mata abriu eu corri na frente para levar a mochila a um lugar onde desse para armar as barracas e voltei para buscar a da Jéssica.
No acampamento armamos logo as barracas, tomamos um banho de toalha e depois nos juntamos todos numa barraca só para fazer aquela janta!!! Depois disso, foi cair na "cama" e desmaiar!!!




Durante a noite acordamos algumas vezes com o barulho da chuva forte e na manhã seguinte a chuva ainda continuava. Da porta da barraca víamos duas quedas d'água lindas em meio a forte neblina e a garoa.
Quando nos juntamos na barraca para tomar café o Vinicius nos conta que foi trocar a pilha do GPS e o aparelho resetou e perdeu toda a trilha que tinha na memória e havíamos feito no dia anterior!!! Mais motivo pras risadas do GPS dele.
Ficamos um tempo na barraca mas o tempo não melhorava. Sabíamos da dificuldade da trilha molhada que havíamos enfrentado no dia anterior, mas agora iriamos enfrentar uma trilha desconhecida com quase um dia inteiro de chuva sobre ela!!! Decidimos debater o assunto, afinal, ou voltávamos dali ou iriamos até o fim debaixo de chuva com os equipamentos todos molhado!!!
No fim o cansaço bateu mais forte na galera e decidimos abortar a travessia e adiá-la para o inverno com tempo mais seco.
Foi a decisão mais correta que tivemos nesta aventura!!! A descida foi pior que a subida. A trilha estava um lamassau só. Perdemos as contas de quantas vezes escorregamos e caímos. Em vários pontos tínhamos que sentar na lama e descer escorregando pois ficar em pé era praticamente impossível.





Depois de quase 7 horas de descida chegamos novamente ao posto de gasolina com um cansaço aparente nos rostos. O desgaste da descida foi muito pior que o da subida com certeza!!! 
Infelizmente tivemos que abortar esta aventura, mas fizemos a parte mais difícil da "trip" com muito suor!!! 
No fim o sentimento que ficou não foi o de desanimo pela desistência  mas sim a satisfação e orgulho de termos chegado até o cume da Pedra da Tartaruga com mais de 1.100m de acensão em um só dia debaixo de muita chuva, lama e mata fechada!!!

Vinícius e João, valeu pela companhia e pela diversão!!! Mas saibam que essa história não acaba por aqui... Quiriri, nós voltaremos!!!! hahahaha...

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