quarta-feira, 23 de novembro de 2016

Missões - Foz do Iguaçu - Parte 6

Depois de um bom descanso em Foz e alguns apertos que passamos por causa do calorão que fez nos dias em que estivemos por lá, era hora de pegar a estrada novamente. Sofremos um bocado por causa do calor, apareceram bolhas de insolação pelo corpo e já estávamos nos sentindo mal com aquele calor. Era hora de partir, mesmo sem ter conhecido tudo que poderíamos em Foz.
Agradecemos ao Luciano e a sua esposa pelo linda hospitalidade com que nos receberam na casa do ciclista de Foz do Iguaçu. Você pode saber mais sobre a casa na pagina da associação de ciclistas de Foz (http://www.accifoz.com.br/2013/12/casa-de-ciclista.html).



Caímos na estrada rumo à cascavel e logo o sol veio pra rachar nossos cocos. Este trecho de pedal foi meio bucólico, após passarmos a área da reserva do Iguaçu as paisagens eram apenas campos de soja de perder de vista.
No meio da tarde passamos por um castelo à beira da estrada, onde tomamos um delicioso sorvete pra refrescar aquela tarde calorosa.





Após sairmos do castelo, comecei a sentir uma leve dor no joelho. Continuamos pedalando para tentar chegar à Cascavel ainda naquele dia, mas as dores começaram a aumentar e o tempo começou a fechar. Iriamos parar no posto de pedágio para acampar, mas quando passamos por lá não tivemos sorte, o posto era desativado e não tinha assistência ao usuário. Continuamos pedalando até chegar a um barro antes da entrada da cidade e o tempo estava muito feio, uma tempestade estava por vir. Decidimos então pegar um hotelzinho beira de estrada pra passar aquela noite. 
Foi chegar no hotel e o mundo desabou! Uma chuva torrencial caiu e agradecemos por estar num hotel naquele momento.



Na manhã seguinte parece que acordamos com o pé esquerdo. Meu joelho doía muito e a chuva continuava. Botamos as capas de chuva e caímos na estrada. Após alguns quilômetros de pedal a chuva virou uma tormenta. Era muito forte e não estava mais aguentando o joelho. Paramos num posto de gasolina para se abrigar da chuva e tomar um café da manhã. Paramos para conversar e decidir o que fazer. Não conseguia mais pedalar e a Jé já estava exausta desde Foz do iguaçu, onde aquele calorão sugou nossas forças e o animo dela.
Sabíamos o que fazer, era hora de ir pra casa, o cansaço da viagem ficou maior que o prazer de viajar, então decidimos pegar um ônibus e voltar pra casa. 
Viajar de bike é uma mistura de prazer e sofrimento. Prazer por pedalar, conhecer pessoas, lugares, e sofrimento pelo calor, sol, chuva cansaço. Isso faz parte de uma viagem de bike e nós gostamos dessa combinação. Mas quando o nível de prazer fica menor que o de sofrimento a viagem perde o sentido e é hora de voltar pra casa. 



Assim encerramos nossa viagem, felizes por tudo que fizemos e por todos que conhecemos. Agradecemos a Deus por nos guiar e nos proteger por todos esses dias e por cada aventura que vivemos nesses dias de viagem. Cada dia valeu a pena, cada lugar e cada pessoa que cruzamos.
Não ficamos tristes por não fazer o trajeto todo, ficamos felizes e agradecidos por termos ido até onde conseguimos ir!

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Missões - Foz do Iguaçu - Parte 5

Acordamos cedo para voltar à Ruta 12 o quanto antes, tomamos um delicioso café nas margens do rio Paraná e partimos rumo àquela estrada super movimentada.
Em pouco tempo estávamos na Ruta 12 e nos deparamos com algo que nós cicloturistas não gostamos nenhum pouco: rodovia com movimento intenso de caminhões, pista simples e SEM ACOSTAMENTO!!!
A cada momento que avistávamos um caminhão  éramos obrigados a sair do asfalto, entrar no mato que ficava a beira da pista e pedalar por lá, torcendo para não haver buracos ou algo que pudesse furar um pneu. Mas a nossa torcida não durou muito, em uma descida pelo mato bati em algo que não apenas furou meu pneu traseiro, mas rasgou ele :(
Nesse momento sentamos em um ponto de ônibus para pensar no que fazer. Estávamos a umas 3 horas pedalando naquelas condições e não estava nenhum pouco agradável ou prazeroso. Decidimos então tentar pegar uma carona até Foz, estávamos à uns 200km da fronteira e era mesmo o melhor a se fazer.
Após algumas tentativas frustradas com o dedo esticado na beira da estrada fiz um "manchão" no pneu cortado e andamos mais um pouco a procura de algum caminhão parado na estrada. Não precisamos andar muito e já encontramos um caminhão. Fui por um lado e não encontrei ninguém, quando voltei vi a Jé já conversando com o seu João à respeito da carona. Ele aceitou nos ajudar e nos levar até a fronteira!!!Amarramos as bikes no caminhão e pegamos a estrada a bordo do confortável Scania que ele dirigia.



O João é o típico caminhoneiro que fica meses fora de casa e volta para matar a saudade da família. Estava vindo de Santiago no Chile para passar o Natal em casa com a esposa e o filho. Pessoa bastante religiosa, bom de papo, tinha até um violão dentro do caminhão. Tocamos e cantamos dentro da cabine de um caminhão em movimento, foi muito divertida essa carona!!!
Chegando na fronteira agradecemos ao seu João e ele nos disse algo que nunca mais esquecemos: EU FIZ O BEM PRA VOCÊS HOJE, AGORA FAÇAM O BEM PRA OUTRAS PESSOAS. É muito bom conhecer pessoas assim que cruzam nossos caminhos!



Fizemos os tramites na fronteira e entramos em Foz. Agora precisávamos procurar a casa do Cicloturista, onde ficaríamos uns dias para conhecermos Foz do Iguaçu! A casa fica bem longe do centro da cidade e dos pontos turísticos, mas não foi difícil encontrá-la.
Lá conhecemos o Luciano Castilha, figura simpatissíssima e ciclista também. Ele possui uma casa que abriga cicloturistas do mundo todo sem cobrar nada. A casa tem tudo que um viajante precisa para se hospedar com tranquilidade. Agradecemos imensamente ao Luciano pela hospitalidade e receptividade que teve conosco e que tem com todos os viajantes que passam por lá.
Nos dias seguintes encostamos as bikes e aproveitamos para conhecer todos os pontos turisticos de Foz, as Cachoeiras, Itaipu, Parque das Aves... A cidade é muito quente e sofremos bastante com o calor, mas é um lugar que todos tem que ir um dia para conhecer. Não vou falar aqui sobre cada lugar, senão o post ficará imenso, hehehe. Ficam apenas algumas fotos dos dias que passamos por lá.