segunda-feira, 5 de maio de 2014

Caratuva - Andando nas nuvens

Feriadão prolongado pra gente sempre significa aventura!!!
Mas como a gripe resolveu me pegar forte justo no feriado, tivemos que planejar outros destinos.
A ideia inicial seria ir ao Pico Paraná, mas como não consegui melhorar, resolvemos encurtar a caminhada e subir o Caratuva mesmo.
Para quem não conhece, o Caratuva é a segunda maior montanha em altitude da região sul do Brasil, com 1850 metros, quase empatado em altitude com o Pico Paraná.
No topo do morro, existem algumas antenas de rádio amador, as quais podem ser vistas de longe.
A subida ao cume leva em torno de 3 a 4 horas, atravessando paisagens de rara beleza dentro da Floresta Atlântica, passando por rios, bromélias e caraguatás. No seu cume a vegetação característica da região é a Caratuva, uma espécie de bambu anão de altitude e que batiza a montanha.
Do alto é possível avistar ao Leste o conjunto onde localiza-se o Pico Paraná, o litoral paranaense, principalmente a baía de Antonina; a Oeste, a represa do Capivari; ao Norte, o Taipabuçu e o Ferraria; e na porção Sul/Sudeste/Sudoeste destacam-se o Itapiroca em primeiro plano, a seguir o Tucum e Camapuam e ao longe o imponente Ciririca. Mais ao longe se avistam as montanhas das serras da Graciosa, Baitaca e do Marumbi.

Começamos a caminhada depois do meio dia. O dia estava lindo, sol forte, céu azul, poucas nuvens e quase nenhum vento. Na subida ainda tivemos um pequeno erro de percurso, onde entramos na trilha do Ferraria sem perceber e caminhamos um bom pedaço na trilha errada. Mas nada que atrapalhasse nosso passeio, então demos meia volta e voltamos a trilha correta.
Ao fim do dia tivemos um lindo por do sol!!! Uma verdadeira pintura para coroar aquele fim de tarde!!!





Após o sol se por e o frio chegar, montamos nosso acampamento e começamos a preparar nossa janta! Fizemos uma deliciosa sopa de macarrão acompanhada de uma boa garrafa de vinho pra esquentar aquela noite fria! 
Ainda a noite já podíamos ver as nuvens começando a se formar abaixo dos nossos pés. Com a sensação de estar nas nuvens fomos dormir e ao amanhecer... hummm ao amanhecer...
Acordei antes da 6 da manhã e um nevoeiro denso tomava conta do cume do morro. Não conseguia enxergar 5 metros longe de mim, era como se estivéssemos dentro de uma nuvem. 
Estava eu fora da barraca, em pé olhando para o nevoeira na direção onde deveria estar o Pico Paraná, quando de repente, um vento sobra forte levando embora a nuvem que nos cobria e partir daí, como num passe de mágica, uma das imagens mais lindas que já vi na vida aparece à minha frente. Gritei pra Jéssica sair da barraca e ver o que estava vendo, e então tivemos o mais lindo nascer do sol de nossas vidas!!! 
Difícil descrever em palavras, então, vejam por si só nas imagens que seguem abaixo.

















quinta-feira, 1 de maio de 2014

Pedal Guaraqueçaba - Salto Morato

Feriadão de Páscoa e Tiradentes foram dias de pedalar!!!


Na companhia de nosso amigo Alysson, planejamos um roteiro bem legal e bem tranquilo (ao menos pensávamos que seria), com quilometragens baixas por dia e muitos lugares bacanas pra se conhecer. Mas muitas surpresas nos esperavam nesses dias de pedalada...
O primeiro dia foi até tranquilo. Saímos de casa e descemos a serra num ritmo bom sentido Antonina, onde iríamos pernoitar a primeira noite, às margens do Rio do Nunes. O dia estava muito quente e chegamos em Antonina "derretendo" pouco depois do meio dia, onde almoçamos e depois de um descanso seguimos sentido ao Rio do Nunes, que fica à alguns quilômetros do centro da cidade.
Por volta das 4 da tarde chegamos ao Rio do Nunes, ainda sobre forte calor. Deixamos as bikes de lado e fomos logo para o rio tomar um banho naquela água bem gelada!!!









Em seguida procuramos um camping para ficarmos, e encontramos alguns perto do asfalto. Nosso intensão era dormir cedo e acordar cedo no outro dia para podermos pedalar na estrada de terra que leva à Guaraqueçaba.
Não lembro o nome do camping, mas não recomendo para ninguém os campings próximos ao asfalto, na beira do rio. Os campings não são tão baratos, e além disso não tem estrutura nenhuma. Banheiros horríveis e chuveiros extremamente precários. Não somos de luxo quando viajamos de bike, mas quando pagamos para acampar, queremos que a estrutura seja de acordo com o preço que pagamos, o que não acontece em Antonina nos campings do Rio do Nunes.
Mas o pior ainda estava por vir. Comemos uma porção de frango regada a cerveja bem gelada num barzinho em frente ao camping e fomos deitar. Só havíamos nós no camping, mas por volta das nove da noite chegaram dois carros com som bem alto e começaram a fazer churrasco. A música alta rolou até altas horas, e nosso plano de dormir cedo foi pro brejo...  
No outro dia acordamos cedo assim mesmo e bastante cansados da noite ruim que dormimos. Queríamos sair logo daquele lugar e pegar logo a estrada.
Andamos mais alguns quilômetros pelo asfalto e caímos na estrada de terra. Seriam 70 km de estrada de terra até a Reserva do Salto Morato, onde iríamos pernoitar. Andamos alguns quilômetros em estrada boa e plana, como imaginávamos que seria até o salto. Doce ilusão... Logo começaram as subidas e descidas bem cansativas e estrada ruim cheia de pedras que teríamos por mais de 60 quilômetros. Tivemos até uma serra para subir pedalando, coisas que não imaginávamos e que nos tomaram bastante fôlego durante todo o dia. Além disso tivemos mais um dia de sol escaldante no lombo além de três pneus furados. A pedalada foi cansativa neste dia, mas a paisagem compensou muito. Iniciamos na estrada de terra com o Pico Paraná atrás de nós e depois disso, o pedal foi todo por uma estrada banhada a mata virgem até o camping.




Chegamos no Salto Morato no fim da tarde e debaixo de uma chuva muito forte. Eu e o Alysson tomamos um baita banho, mas eu achei aquele banho de chuva delicioso depois do calor que pegamos durante todo o dia. Montamos acampamento logo que a chuva passou o fomos conhecer o camping. Este lugar sim eu recomento à todos! Camping bem estruturado, com banheiros ótimos, chuveiro quente, pias, churrasqueira, local seco para armar a barraca. Sem contar o lindo lugar que estávamos. A reserva do Salto Morato conta com uma cachoeira lindíssima, rio para tomar banho, trilhas ecológicas para fazer caminhada... Enfim, um lugar que com certeza iremos retornar muitas vezes para curtir!    
Desta vez tivemos um noite bem tranquila, dormimos bem sem barulho, sem carros passando e conseguimos relaxar bastante, para descansar da pedalada intensa que tivemos durante o dia.
No dia seguinte a chuva deu uma trégua e podemos passear pela reserva. Conhecemos a cachoeira, o rio, que tem um aquário natural, onde da pra ver os peixes e nadar próximo a eles. Além disso tem uma trilha bem legal, a trilha da figueira, mas que não daria tempo de fazermos,pois tinhamos que pedalar até Guaraqueçaba para pegar o barco às duas da tarde.








Saímos depois das 11 da manha da reserva e em pouco mais de uma hora estávamos em Guaraqueçaba, onde almoçamos e ficamos esperando o barco para atravessarmos para Paranaguá.
A travessia foi bem tranquila, o mar estava calmo e pudemos curtir bem o passeio que levou cerca de três horas. 
Chegando em Paranaguá, ligamos para o Aramis, nosso amigo cicloturista que mora por lá. O Aramis foi professor de matemática da Jé e sempre trocamos informações sobre roteiros. Eu digo que o Aramis é um ícone do cicloturismo no país. O cara já pedalou por toda a costa brasileira, fez a volta do Paraná, pedalou do oceano atlântico ao oceano pacífico, pedalou pela Europa e muitos outros lugares.
Ele foi nos encontrar no centro de Paranaguá e seguimos para sua casa, onde iríamos passar a noite ouvindo ótimas histórias e assistindo os vídeos dos lugares incríveis por onde o cara já passou.
Comemos uma pizza e demos boas risadas das histórias de viagens que temos para contar. Quando cicloturistas se encontram, história é o que não falta, hehehe.
No outro dia tomamos um delicioso café da manhã, com direito à deliciosa torta de limão da Dona Antônia, mãe do Aramis. Obrigado sempre pela hospitalidade Aramis!







Caímos na estrada de novo, agora sentido Morretes, pois iríamos desta vez voltar de trem para Curitiba. Como a Jéssica nunca havia andado de trem, resolvemos subir com ele desta vez.
Pedalamos numa boa bem tranquilos pelo asfalto da estradinha que leva a Morretes com direito a dancinha do Alysson na ponte do rio Sambaqui.
Chegando em Morretes demos um passeio pela cidade, compramos umas balas de banana e fomos para a estação ferroviária esperar o trem.
O dia não estava bem aberto mas deu pra ver todos os pontos turísticos do passeio de trem e a Jé e o Alysson curtiram bastante o passeio.





Após chegar em Curitiba foi só desembarcar as bikes e pedalar até Pinhais novamente.
No total foram cerca de 240 km pedalados, algumas histórias, lugares lindos conhecidos e muitas, mas muitas risadas todos os dias.