quarta-feira, 29 de maio de 2013

Pedalando e Conhecendo Piraquara - 2ª Etapa

No último domingo, a Jéssica e eu, na companhia mais uma vez de meu primo Marcio, e mais os amigos Dinarte e sua irmã Luciane, partimos cedo para Piraquara a fim de prestigiar mais uma vez do passeio ciclístico "Pedalando e Conhecendo Piraquara", agora com a segunda etapa "Roça Nova".
Em meio a muita neblina e um frio de lascar, rapidamente percorremos os 15 quilômetros que separam Pinhais de Piraquara e antes do horário previsto já estávamos na cidade, com tempo ainda para um café bem quente numa padaria!





Nesta etapa participaram cerca de 250 ciclistas. O projeto, realizado pelo Departamento de Turismo da Prefeitura de Piraquara, é uma oportunidade para conhecer as paisagens naturais da cidade de bicicleta.
O percurso, desta vez, partiu da região central, rumo à região rural de Piraquara, contemplando especialmente a região da Roça Nova.
Dado início ao passeio, o tempo abriu e deu as caras um lindo céu azul e o tão desejado sol pra afastar o frio que estava até aquele momento.
O trajeto foi quase todo percorrido por estradas de terra, com muitas subidas e descidas do início ao fim.
A cada quilometro e a cada subida a paisagem se revelava cada vez mais linda. Após alguns quilometros chegamos a pedreira desativada que fica próxima a estação de trem, onde todos se reuniram para tirar fotos!






Depois disto pedalamos até um túnel da linha férrea desativado,onde foi montado uma praça com escadaria e mirante que dá uma vista bem legal da Roça Nova.
Saindo dali enfrentamos um forte subida até a Capela São João Batista, uma capela construída na primeira década do século XX. Ela fica num lugar bem alto de onde se é possível ver boa parte da cidade de Curitiba.




De lá partimos de volta para o centro de Piraquara. E para não passar em branco, quando chegamos no centro de Piraquara, a Lu descobre que seu pneu está furado. Nada de mais, apenas um grampo que furou a câmera. Após remendarmos tomamos o rumo de volta para casa, e no meio da volta, uma parada para um delicioso almoço na estrada! Não sei se era pela fome, mas comemos até não aguentarmos mais!
Nos fim das contas, foram quase 50 km pedalados em um dia lindo de muita diversão!!!




E que venha a 3ª etapa!!!

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Sozinhos no Itapiroca

Com o inverno chegando, o que não sai da cabeça são as montanhas! E pra dar as boas vindas a mais uma temporada de montanha, decidimos subir uma que a Jéssica ainda não conhecia e que eu nunca havia acampado no cume, o Pico Itapiroca.
O Pico Itapiroca, fica na mesma região do Pico Paraná, a maior montanha do Sul do Brasil. Com seus 1.805 metros, é a quinta maior montanha em altitude da região. A trilha que leva ao Pico se dá pelo mesmo caminho de acesso ao Pico Paraná, sendo que em determinado ponto toma-se um caminho à direita ao invés de continuar a caminhada. 
Colocamos todas as tralhas nos alforjes da moto e caímos na estrada depois das 9:00 da manhã. Quando chegamos na fazenda e fomo montar as mochilas, descobrimos que nossos isolantes térmicos haviam soltado e caído na estrada. Peguei a moto e voltei os 6 km de estrada de terra que ligam a fazenda ao asfalto, mas nada encontrei. Nossa sorte foi que o Adilson (dono da fazenda Pico Paraná) nos emprestou dois isolantes pra não passarmos frio a noite! Valeu Adilson!!!






Começamos a caminhada já passado das 11:00 da manhã e debaixo de muito sol e um céu azulzinho, sem nenhuma nuvem. Como a caminhada ao cume leva cerca de 4 horas, caminhamos num ritmo bem tranquilo, parando nos mirantes pra tirar a mochila das costas, tirar fotos, conversar e dar risada.
Antes do fim da tarde atingimos o cume do Itapiroca e do alto é possível avistar praticamente toda a Serra do ibitiraquire. A vista do Pico Paraná lá de cima é fantástica! A Oeste, a represa do Capivari, ao Norte o Pico Caratuva, e na porção Sul/Sudeste/Sudoeste destacam-se o Tucum, Camapuã e ao longe o imponente Ciririca com suas duas placas que se tornam reluzentes ao sol. Mais ao longe avistam-se as montanhas das serras da Graciosa, Baitaca e do Marumbi. 
Assinamos o caderninho e fomos armar a barraca enquanto ainda era dia. Nesta hora nos demos conta de que não havia mais ninguém no cume do Itapiroca! A montanha era só nossa! Hahaha...










Depois de armarmos a barraca, curtimos um belíssimo por do sol que só vendo mesmo pra crer! Após isto, corremos pra barraca, porque o frio veio rapidinho. Fizemos um delicioso jantar, um sopão bem quente com pão e abrimos uma garrafa de vinho pra comemorar mais uma aventura e mais um fim de semana bem vivido das nossas vidas! E de sobremesa ainda tinha chocolate, heim!
Antes de deitar ainda demos uma volta fora da barraca, e curtimos um céu mega estrelado, a lua ainda não havia nascido e as estrelas reluziam no céu numa imagem inesquecível! E de quebra ainda era possível ver o Pico Paraná rodeado de nuvens, deixando a vista apenas o topo da montanha.



Deitamos torcendo para que aquele mar de nuvens estivesse ali ainda pela manhã, para tirarmos várias fotos daquela cena deslumbrante. Só que o que me acordou as 6:00 da manhã, foi o barulho da garoa batendo no teto da barraca. Sai da barraca tentando não acreditar que era garoa, mas não teve jeito, havia uma nebrina muito densa onde não era possível ver 1º metros a frente do nariz e o vento forte fazia esta neblina parecer mais uma garoa mesmo.
Com chuva ou com sol, era melhor estar ali do que em casa né, então aproveitamos para curtir o momento, ficamos ali deitados na barraca por mais um bom tempo e depois fizemos um café bem quentinho.
Depois do café desmontamos tudo, montamos as mochilas e começamos a descida antes que a chuva engrossasse e tomamos o rumo de volta pra casa.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Pedal Colônia Castelhanos

"A felicidade está nas coisas mais simples da vida."

Neste final de semana não tivemos aventura, mas uma coisa que adoramos fazer quando estamos em casa, é colocar as fotos das aventuras que já fizemos pra rodar no computador e ficarmos assistindo elas passarem, lembrando-se das histórias, dos amigos que fizemos e também para darmos algumas risadas.
Em certo momento começaram a passar fotos de um lugar que fomos de bike, chamado Colônia Castelhanos, uma colônia rural que pertence a São José dos Pinhais, mas que fica na região litorânea do estado. Isso mesmo, São José dos Pinhais na região litorânea!
Nossa aventura para este “paraíso” começou assim: num sábado qualquer, estava em casa almoçando com minha família e minha mãe assistia a uma reportagem do programa Meu Paraná, falando sobre uma colônia rural em meio a Serra do Mar, a Colônia Castelhanos. A reportagem mostrava uma colônia que fica em uma área de preservação ambiental, um lugar pouquíssimo conhecido, distante, de difícil acesso, mas que é chamada (merecidamente) de "paraíso" pelos moradores.
Nessa hora já brilhou o olho, cresceu a ideia de pegar a bike e começou a coçar as perninhas pra ir pra lá!
Falei com a Jé e começamos a pesquisar sobre como chegar até a colônia, pois se era em São José dos Pinhais, não seria tão longe assim. Terrível engano nosso... hehehe.
A colônia fica a 70 km da sede do município, entrando no km 62 da BR-376, seguindo mais 17 quilômetros por estradas de terra, em meio à mata fechada, até atingir o rio São João. Portanto, nossa pedalada seria de mais ou menos 90 km até chegar á colônia e mais 90 km pra voltar.
Segundo os moradores do lugar, este nome originou-se devido a alguns espanhóis (assassinos e ladrões) refugiarem-se na região no início do século passado. O lugar passou a chamar-se refúgio dos castelhanos. Outra versão é a de que os espanhóis, ao passarem pelas trilhas dos índios e admirados com a beleza natural do lugar, chamaram o lugar de Castillas (pequenos castelos), e os que habitavam estas castillas chamava-se castelhanos.





Saímos de casa cedo, e fomos rumo a BR-101. Na rodovia a estrada estava tranquila, subidas fortes apenas na região da represa do Vossoroca e apesar do ventinho frio, o dia estava bem agradável para se pedalar.
Depois de mais de 70 km pedalados, chegamos a entrada da estrada de terra que leva à colonia.
O mais engraçado e difícil de acreditar é quando alguém fala que a colônia é em São José dos Pinhais. A rota é assim: saímos de Pinhais, passamos por São José dos Pinhais, depois por Tijucas do Sul, descemos a Serra do Mar, cruzamos a divisa de Tijucas-Guaratuba e então a divisa Guaratuba-São José dos Pinhais. Confuso né?!



Depois de chegarmos a estrada de terra iniciamos um longa e íngreme descida de uns 12 km até o Rio São João, que faz a divisa entre Guaratuba e São José dos Pinhais. Uma descida alucinante com muitas pedras soltas e nos trechos mais íngremes muitos buracos. A paisagem era incrível, estrada de terra sem movimento algum de carro, em meio a exuberante mata atlântica! No fim da descida um rio de água cristalina, de encher os olhos.




Passado o rio pedalamos por mais alguns quilômetros e encontramos o primeiro sinal de civilização, uma escolinha rural e um boteco. Andamos mais um pouco e encontramos outro boteco. Como não sabíamos onde estávamos e já estava estranho termos andado tantos quilômetros sem encontrar a colonia, paramos no boteco pra perguntar quanto faltava até lá. A conversa foi mais ou menos assim:
-Boa tarde amigo, onde fica a Colonia Castelhanos?
-Boa tarde. Aqui é a Colonia Castelhanos!
-Aqui? Mas não passamos por nenhuma casa ou pessoa. A Colonia segue ainda pra frente?
-Sim! Mais a estrada tem mais uns 300 metros. Tem a igreja, umas casinhas e o campo de futebol, daí a estrada acaba!
-Quantas gente vive nessa colonia?
-Tem uns 200 moradores!
Nós esperávamos encontrar chácaras, casas, fazendas, coisas tipicas de uma colonia. Mas na Castelhanos tinha  uma dúzia de casas apenas, hahaha.



Fomos até o fim da estrada, fomos no rio que costeia a estradinha o tempo todo, na igrejinha e tiramos várias fotos do lugar. Depois voltamos ao bar para perguntar onde poderíamos acampar por ali. O dono do bar disse poderíamos acampar no salão da igreja mas poderíamos usar o banheiro da casa dele e a cozinha também! 
Quando a noite foi chegando, as pessoas que vivem na colonia começaram a chegar no boteco. Ficamos batendo papo com as pessoas e descobrimos algumas curiosidade, como: na colônia não tem sinal de celular, não tem sinal de TV, não tem sinal de rádio e internet não chegou nem perto ainda. Então todas as noites os moradores se reúnem no bar pra jogar cartas, bater papo, falar da vida dos outros, as crianças ficam brincando juntas, e todos numa alegria total. Isso me lembrou muito as histórias que minha mãe conta sobre quando ela vivia no interior do Rio Grande do Sul e a alegria deles era fazer "serão" a noite na casa dos vizinhos.
Conhecemos pessoas incrível, de uma simplicidade e alegria sem tamanho. Eles nos convidaram pra tomar uma cerveja e eu não pude recusar né. Parecia que eles não recebiam uma vizita a muito tempo, procuravam nos agradar o tempo todo. O difícil foi parar de tomar cerveja a noite, pois antes mesmo do meu copo esvaziar, eles já gritavam: "traz mais uma aqui pro bicicretero que o copo dele tá vazio".
Parece algo bobo, mas estávamos numa realidade totalmente diferente da que vivemos! Sem Internet, TV, radio e celular, as pessoas se reunindo pra conversar e se divertir todas as noites. Onde vivemos na cidade, não sabemos direito nem o nome dos vizinhos a nossa volta! Foi uma sensação incrível viver essa realidade totalmente diferente de tudo que já vivemos, com certeza! 





Depois de muita festa, carteado e cerveja a noite toda, o negócio foi acordar cedo e subir a serra de volta pra casa, depois de mais um final de semana incrível que tivemos!!!